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25 de abril e a Revolução dos Cravos: 44 anos do fim da ditadura em Portugal

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A Revolução dos Cravos aconteceu em Portugal no dia 25 de Abril de 1974 e marcou o fim de um regime ditatorial – liderado por Antônio de Oliveira Salazar – que representou um período de extrema opressão política e censura no país por mais de quatro décadas. A vitória dos oficias rebeldes, com adesão espontânea da população, foi comemorada pelo povo português que, em sinal de apoio, distribuiu cravos aos soldados participantes da Revolução. Por causa dessa manifestação, o fim da ditadura portuguesa ficou conhecido como a Revolução dos Cravos. O novo presidente António de Spínola aboliu a polícia política de salazarista e legalizou o sistema político pluripartidário.

A canção “Grândola, Vila Morena”, de Zeca Afonso, teve papel crucial na Revolução dos Cravos. Ela foi a senha usada pelos militares insurgentes como sinal para deixar os quartéis e dar início ao levante. “Grândola, Vila Morena. Terra de Fraternidade. O povo é quem mais ordena, dentro de ti, ó cidade”, dizem os primeiros versos. No dia 25, à 0h20, a música chegou a todas as unidades do Exército participantes do golpe. O primeiro sinal chegou um pouco antes, às 22h55 do dia 24. A música reapareceu nas várias manifestações contra a austeridade e inclusive no parlamento português, nos últimos anos de crise. Zeca faz parte de toda uma geração de intelectuais, pensadores e artistas perseguidos pela polícia política e castrados da sua liberdade de expressão, e que encontraram na clandestinidade e no exílio a única forma de resistirem ao regime.

Caminhada dos Cravos: Festejo pela liberdade em Niterói

Em Niterói, a Revolução dos Cravos é lembrada, todos os anos, pelo mandato do vereador Leonardo Giordano (PCdoB), que utiliza o cravo, flor símbolo da liberdade, em sua identidade visual. Há seis anos, Giordano organiza a “Caminhada dos Cravos”, manifestação pública fixa dos socialistas, no Campo de São Bento. Segundo ele, é uma marcha que reforça o valor da liberdade, da solidariedade e que os coloca em sintonia com os ideais socialistas. “Já é uma tradição na cidade a iniciativa de caminhar e distribuir cravos. Lá, a flor venceu o canhão. Aqui, a liberdade também vencerá o retrocesso”, garante o parlamentar, que é pré-candidato ao governo do estado do Rio de Janeiro. A atividade acontece no próximo domingo, 29 de abril, às 9h, e termina por volta de meio-dia com um piquenique de confraternização próximo ao Centro Cultural Paschoal Carlos Magno.

É inevitável não traçar um paralelo entre a Revolução dos Cravos com o atual momento que passa o nosso país. A democracia brasileira está sendo duramente atacada. Tentam silenciar as vozes dos que lutam por justiça social, como fizeram com a condenação sem provas do ex-presidente Lula e com a brutal execução da vereadora Marielle Franco, um verdadeiro crime político que traz à memória os crimes contra milhares de brasileiros e brasileiras nos porões da Ditadura Militar. Para Giordano, a data é importante na vida daqueles que defendem a Democracia e os Direitos Humanos. “Caminhar com o cravo nas mãos é ato de protesto e firmeza de opinião diante das injustiças. É preciso resistir com o povo organizado para assumir, em suas mãos, o destino do país, assim como há mais de 4 décadas aconteceu em Portugal”.

 

 

 

 

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