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7 de setembro: encurralado, Bolsonaro invoca o autoritarismo.*

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A bandeira verde e amarela de nosso povo deve voltar a significar liberdade, ruptura com o culto ao ódio, para recuperar o Brasil e salvar nosso povo da morte, que tem rondado diariamente a casa dos brasileiros.

Presidente da República, Jair Bolsonaro, no Palácio do Planalto (Crédito: REUTERS/Adriano Machado)

Presidente da República, Jair Bolsonaro, no Palácio do Planalto (Crédito: REUTERS/Adriano Machado)

São quase 600 mil óbitos por Covid-19, o país de volta ao mapa da fome, a terceira maior inflação da América Latina, mais de 125 milhões de pessoas vivendo com algum tipo de incerteza quanto ao acesso à alimentação – 55% do salário mínimo do trabalhador comprometido com alimentação -, um índice de rejeição popular de cerca de 64% (segundo as últimas pesquisas), crises na educação, saúde, cultura e segurança pela ausência de investimentos. Isso para não falar da mediocridade intelectual e moral, na profunda simbologia de atraso, e na humilhação internacional do Brasil em todo este período. Esse é o saldo do governo federal, que, pressionado pelos três Poderes, resolveu reagir com o autoritarismo, típico do fascismo, em uma nítida tentativa de intimidação.

Bolsonaro, que deveria se preocupar com uma política emergencial de retomada da economia, para garantir a sobrevivência do povo, convocou seus apoiadores para as manifestações deste 7 de setembro, em uma suposta demonstração de força. Quer indicar que o desastre de seu governo tem, como sempre, “os outros” como responsáveis. Bélico, como de praxe, invoca os insanos e os burros, ensaia um golpe que já nasce ridículo, ataca as instituições e tenta emparedar o Supremo, o Congresso, a imprensa e a oposição. A culpa é de todo mundo, menos de quem governa e detém as ferramentas para resolver os problemas.

O aumento da temperatura dessa crise institucional, inflamada por Bolsonaro, é uma tentativa desesperada de alguém que, na Presidência de uma nação, não consegue governar por conta de insuficiência pessoal e de projeto para o país. Por isso, o que lhe resta são as manobras de tom radical para se vitimizar e atacar quem defende a democracia.

discurso e o repertório de Bolsonaro contra o Estado democrático de direito trazem à tona mais uma vez sua incapacidade de pensar e agir por uma nação soberana e com instituições saudáveis. O presidente quer se apropriar e jogar no lixo da história a data que deveria ser um marco simbólico dos esforços do país em busca de autonomia e liberdade. Conceitos que Bolsonaro odeia com força.

Diante da intensificação das ameaças, perseguições, intimidações, crises e do estado de calamidade que vivemos, mais do que nunca precisamos pensar na estratégia de resistência. A unidade para o pleito de 2022 é urgente para combater aqueles que flertam com as práticas fascistas. Todo desacordo e desunião devem cessar: só importa salvar o Brasil dessa gente má. A bandeira verde e amarela de nosso povo deve voltar a significar liberdade, ruptura com o culto ao ódio, para recuperar o Brasil e salvar nosso povo da morte, que tem rondado diariamente a casa dos brasileiros.

*Artigo publicado no Brasil 247 em 7 de setembro de 2021.

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