Notícias

Nota de solidariedade ao jovem Andrei

Publicado em:

Nosso mandato se solidariza com o estudante da UFF, Andrei Apolônio dos Santos (23), agredido dentro da 81ª Delegacia de Polícia (Itaipu), na quinta-feira, 13 de julho, quando foi fazer o registro do roubo de seu celular. Além de hematomas e escoriações, Andrei teve dentes quebrados e sua dignidade maculada. As agressões foram claramente motivadas por preconceito contra LGBT.

Episódios como este, nos quais a violência atinge patamares que chocam a sociedade, são apenas a ponta do iceberg. Abaixo disso, há uma violência simbólica e verbal que lésbicas, gays, travestis e transexuais vivenciam cotidianamente, de forma insistente. Na maioria esmagadora dos casos, a violência é o primeiro contato que essas pessoas têm com o convívio em sociedade, às vezes no próprio no seio familiar.

O fato, longe de ser isolado, acontece dias após termos realizado, na Câmara Municipal de Niterói, uma audiência pública para discutir a violência contra a população LGBT em nossa cidade.

A inexistência de uma legislação que criminalize a LGBTfobia é uma das motivações para o inaceitável avanço da violência direcionada a essa população.

Nosso mandato conseguiu aprovar leis como a que institui o 24 de janeiro como Dia Municipal de Luta Contra a Homofobia e a que cria a Semana da Diversidade nas Escolas, mas ainda há muito o que avançar no sentido de uma sociedade sem preconceito e discriminação.

No Plano Municipal de Educação, a diretriz para o ensino público da cidade pelo período de dez anos – aprovado no ano passado – defendemos o combate da violência física e psicológica contra o gênero feminino, a população negra e LGBT nas escolas. A emenda foi derrotada por uma ideia estúpida de que haveria um “plano maquiavélico” para fazer crianças terem contato com sexualidade precoce ou para inclinar a infância na direção da homossexualidade.

A distorção tem como base a mentira, a desinformação, o ódio e a LGBTfobia, ingredientes que levam a repetidos casos de violência como o do jovem Andrei, quando não levam à morte.

Seguimos lutando ao lado das pessoas e famílias que sofrem com a discriminação contra a orientação sexual ou pela identidade de gênero – que mata, estupra, agride em tantos e tantos casos comprovados – para que, na nossa cidade, nas nossas escolas, na nossa Câmara, noções básicas de respeito e civilidade tão simples façam parte da vida em sociedade.

Andrei segue sendo assistido pelas entidades de apoio à comunidade LGBT, como o Grupo Diversidade Niterói (GDN), Grupo Transdiversidade Niteroi (GTN), Conselho Municipal pelos Direitos da População LGBT, Universidade Federal Fluminense (UFF) e tantos outros que não medem esforços para denunciar e combater todo tipo de violência sofrida por esta parcela da população.

Nossa tradição é de avanço humanista e de luta, com sincero e profundo respeito à diversidade. Sendo assim, é claro: Não passarão!

COMPARTILHAR: