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Leonardo Giordano é o pré-candidato do emprego

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Na última sexta-feira, 8 de junho, Leonardo Giordano (PCdoB), pré-candidato ao governo do estado do Rio de Janeiro, participou de uma sabatina realizada pelo Movimento Unificado dos Servidores Públicos Municipais (MUSPE), no Clube Municipal, na Tijuca. Em sua fala inicial, Leonardo defendeu a renovação na forma de fazer política. “O PCdoB, embora seja o partido mais antigo do Brasil, com 96 anos, compreende que nesse momento deve apresentar candidaturas renovadoras, por isso escolheu jovens, tanto a Manuela, nossa pré-candidata à presidência, e a minha pré-candidatura, aqui no Rio, cujo foco é o emprego. A gente quer retomar o desenvolvimento, gerar emprego e renda no estado. Esse problema tem que ser tratado por alguém e eu sou o candidato que vai fazer isso de forma central. Hoje, o Rio tem 15% de desemprego”.

“A gente quer retomar o desenvolvimento, gerar emprego e renda no estado. Esse problema tem que ser tratado por alguém e eu sou o candidato que vai fazer isso de forma central.”

Para ele, a retomada das obras do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), em Itaboraí, é muito importante para a questão do emprego, mas com um governador que defenda o estado e o povo. “No Espírito Santo e na Bahia, por exemplo, plantas da Petrobras iam ser fechadas. O governador de cada um desses estados reclamou, brigou, chiou e foram estabelecidos grupos de trabalho para evitar que a Petrobras tomasse tal medida. Por que o governador do Rio não faz nada enquanto a Petrobras bate recorde de lançamento de plataforma, com 18 no mar e 200 mil empregos sendo gerados na Noruega e na China, quanto os nossos estaleiros seguem sendo fechados? Por que o governador do estado do Rio de Janeiro não cobra que se concluam as obras do Comperj?”

Sobre a política de segurança pública atual, Giordano afirmou que ela não ataca o problema pelas causas e defende investimento na inteligência da Polícia Civil. “É um eterno enxuga gelo essa fracassada guerra às drogas que, todo mundo já sabe, não nos levará a lugar algum. Enquanto 90% dos homicídios seguem sem solução os recursos continuam empregados na ostensividade e no espetáculo, enquanto inteligência e investigação são tratadas como se não fossem os temas estruturantes para desarticular as quadrilhas e prender os criminosos. Os policiais e a juventude negra pagam com a vida diariamente a ausência de um plano claro e técnico de segurança pública.”

Giordano condenou as grandes operações de antecipação de royalties feitas durante o período Cabral/Pezão através de uma empresa offshore aberta no estado americano de Delaware, que tem uma legislação flexível e, sob alguns aspectos, similar a de paraíso fiscal. “Comprometeram as nossas receitas quando o petróleo estava caríssimo e hoje esses recursos estão fazendo falta na economia do estado”.

Na pergunta sobre seu projeto de Educação, o pré-candidato pretende chamar os professores para debater os modelos administrativos e pedagógicos, além das universidades para ajudar a pensar as soluções para o Estado e citou o Maranhão, governado pelo comunista Flávio Dino e que paga o melhor salário para professores da rede estadual, como um caso exitoso que pode ser adaptado para o Rio de Janeiro.

Questionado sobre como pretende lidar com as diversas isenções e benefícios fiscais concedidos durante os governos Cabral/Pezão, Leonardo enfatiza que se houver avaliação e escrutínio público, isenções fiscais podem gerar emprego e atender as necessidades da população. “O que não pode é ser utilizado para agradar amigos, como meios de corrupção, a despeito do interesse público. O problema são as isenções resultarem na desindustrialização do estado e redução de receitas”.

Sobre o aumento no número de pessoas em situação de extrema vulnerabilidade e moradores de rua e a ausência de políticas públicas efetivas que acaba levando muitos à criminalidade, Giordano questiona “o que esperar de um governo que tem apenas um servidor concursado na pasta de assistência social?” e diz que é preciso romper com o atual modelo que reduz investimento. “Quando pensamos como estruturante do nosso programa a questão de emprego e renda, atacamos as causas que levam as pessoas a precisarem de assistência”.

Na pergunta sobre planos de carreira e direitos, o pré-candidato afirma que “o servidor público não deve pagar a conta da crise e não é por uma questão corporativa. É pelo interesse da população que depende desses serviços”. Leonardo defende ainda que é preciso estruturar as carreiras do servidor público, promover a isonomia de direitos e a implementação de cargos e salários. “Contamos com os cientistas, os especialistas e os trabalhadores que têm a vivência da realidade do estado para que possamos elaborar e implementar soluções estruturantes”.

“O problema do estado do Rio de Janeiro não são os servidores que atendem a população, mas os privilégios e mamatas. A causa da crise são grandes devedores.” 

Sobre o Regime de Recuperação Fiscal, acordo assinado entre o Estado do Rio e a União para prorrogar a dívida do Estado por três anos em troca de uma série de contrapartidas, Giordano diz que o regime é um crime e não pretende dar continuidade a nada que hoje está estrangulando a economia do Estado. “Por que sacrificar nossas receitas, como por exemplo, estão fazendo ao vender uma empresa lucrativa como a Cedae? O Regime de Recuperação Fiscal impõe condições humilhantes, como a de abrirmos mão dos créditos da Lei Kandir, que o Pezão aceitou como um cordeirinho. Certamente não renovo e, se possível, revogo antes mesmo do prazo. Pois o Regime apenas posterga e aumenta o problema do Rio, pois teremos que pagar essas dívidas mais adiante. Precisamos atacar as questões estruturantes. É necessário retomar o crescimento econômico do estado para que tenhamos como investir na segurança e outros serviços públicos”.

Sobre as carências em nível de estrutura física da Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro, que acaba penalizando ainda mais a população carioca nas suas necessidades de defesa de direitos, o pré-candidato defende que a defensoria seja estruturada, valorizada financeira e simbolicamente, pois “é ela quem garante o acesso do povo à justiça”.

Leonardo Giordano garante que vai brigar pelos recursos da Lei Kandir, pela securitização da dívida do estado e pela cobrança dos grandes devedores. “Hoje não cobram dos grandes devedores porque são amigos dos governantes. Com um governo para o povo não há constrangimento em fazer essas cobranças”. Ele observa ainda que o Rio tem recorde de patentes e não vem recebendo por isso. “É preciso atacar privilégios e revogar as medidas que tem sido custosas à população. È fundamental retomar o investimento em Ciência e Tecnologia. O Rio de Janeiro tem a região metropolitana mais assimétrica do Brasil se comparado com São Paulo: a região metropolitana de São Paulo tem economia pujante; no rio, municípios-dormitórios.”

No final da sabatina, Leonardo Giordano assinou o Manifesto de Intenções do MUSPE, com pautas políticas que o Movimento entende como fundamentais para o próximo governador do Estado do Rio de Janeiro.

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