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Fundador do Grupo Diversidade Niterói, que celebrou 15 anos no dia 24/01, Giordano emociona em noite de homenagens

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No dia 24 de janeiro, nosso mandato celebrou, com sessão solene na Câmara Municipal, os 15 anos do Grupo Diversidade Niterói (GDN). Membro-fundador da entidade, o vereador Leonardo Giordano (PCdoB) presidiu a sessão e emocionou com discurso inspirado nos anos de militância pelos direitos humanos. Confira!

Como um dos movimentos mais vibrantes, mais politizados e mais vanguardistas do contexto no cenário nacional, o movimento LGBTI tem uma contribuição enorme a dar, especialmente nos momentos de crise humanitária, como agora no nosso país. Estamos vivendo um momento gravíssimo, onde emerge um movimento geral de intolerância que ganha contornos de partido político e de personagens políticos dos mais variados, que têm se levantado a atacar as conquistas de Direitos Humanos como um todo e, em especial, de maneira aguda, a população LGBTI. Estamos vivendo um momento de muitos perigos, de avanço da violência e de retrocessos através de uma ideia genericamente defendida a partir de um combate imaginário a algo que eles chamam de “marxismo cultural”, seja lá o que isso signifique e que justifica todo tipo de agressão e violência brutal tanto institucional, quanto física. Uma violência que pretende alterar, até mesmo, os padrões mínimos de respeito e civilidade.  Essa noção de combate genérico ao “marxismo cultural’ ataca pessoas que têm carne e osso, ataca a população vulnerabilizada e não tem nada a ver com combate a marxismo nenhum. Tem a ver com garantia de privilégios, com manutenção das estruturas de opressão e com deslegitimar as lutas históricas e as conquistas que não são só da população LGBTI, mas de toda a sociedade brasileira e de todas as pessoas que defendem a democracia e o mínimo de padrão civilizatório e de igualdade entre todas e todos nós.

Esse avanço que se dá sobre essa cortina geral de enfrentamento extremamente ideológico reporta as mulheres, a população negra, LGBTI e os comunistas como os inimigos a serem enfrentados, como ameaças à uma ordem judaico-cristã que deve ser protegida sob pena de, segundo eles, ruírem os padrões da civilização ocidental. Nesse momento, essa onda que surge ganha vultos de movimento de massa que é muito séria, muito grave. Não são simplesmente um ou dois teóricos ou malucos dando voz a essas teorias conspiracionistas e de legitimação da violência. Estamos vivendo um processo onde essas estruturas teóricas estão estimulando violência concreta de massas no Brasil.

O tema da manutenção dos privilégios e dessa luta que eles dizem que é o “politicamente incorreto”, tem se imposto também em várias áreas da vida. Nesse momento, a luta do movimento LGBTI se torna uma luta transversal. O momento demanda um trabalho de resistência muito grande e que nos impõe uma árdua tarefa pela frente. Nesse sentido, comemorar os 15 anos de existência do GDN, é muito importante! No aniversário da gente, costumamos olhar para trás, para comemorar os anos que a gente viveu, mas a gente também bate palmas para a vida e para o futuro que temos pela frente. Se essas pessoas pensam que vão derrotar as lutas mínimas humanitárias por solidariedade e justiça, elas estão muito enganadas! Se eles desejam que nós demonstremos novas provas de coragem e ousadia, de organização e de força e ânimo para lutar, eles colherão isso de nós! Nós temos conquistas para celebrar e que devem ser protegidas, e temos conquistas a conseguir no futuro.

Vamos lutar para que hajam avanços concretos e garantias mínimas daquilo que é a expressão máxima da luta LGBTI: amor, igualdade e direitos plenos para todas e todos os seres humanos que são iguais entre si, nas suas diversidades, nas suas belezas e nas suas formas encantadoras de viver as suas experiências e a plenitude dos seus seres. Vamos ter mais 15  anos de luta do GDN! E outros 15 e outros 15 e outros 15 e outros 15, enquanto sejam necessários até que a gente se reúna aqui para comemorar a inexistência dos preconceitos, a liberdade plena de todas e todos e, sobretudo o amor. Viva os 15 anos do Grupo Diversidade Niterói. Viva a luta do movimento LGBTI!

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